A importância da economia circular para a sua empresa
- 17 de janeiro de 2020
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Economia Circular
Economia circular é um modelo econômico inspirado no ciclo da natureza visando a preservação e aprimoramento de recursos e do capital natural. A Economia Circular tem fundamentos teóricos apoiados em várias escolas do pensamento tais como: Design Regenerativo, Economia de Performance, Ecologia Industrial, Blue Economy e Biomimética.
O problema da Economia Linear
O modelo linear vem sendo usado desde a Revolução Industrial e até hoje é predominante em grande parte da indústria. No modelo linear os recursos naturais são tratados da seguinte forma:
extrair-fabricar-usar-descartar
No modelo linear os recursos são usados e descartados, dando pouca importância ao seu destino final. O recurso é simplesmente retirado da natureza, transformado em um produto, usado pelo consumidor e depois descartado, indo parar no lixo, muitas vezes tendo como destino final um aterro sanitário.
O modelo linear já está atingindo seus limites físicos. No ano de 2019 a humanidade consumiu aproximadamente 1,75 vezes o que o planeta pode suportar em um ano, como podemos ver na figura abaixo.
Até 2030 teremos no Planeta Terra mais 2,5 bilhões de consumidores na classe média. Se este ritmo de crescimento permanecer constante até 2050 a humanidade consumirá o equivalente ao recursos de 3 planetas Terra por ano. Logo, é visível que o modelo linear não se sustenta ao longo do tempo, portanto está obsoleto.
A solução: Economia Circular
Economia circular é o contraponto do modelo linear, portanto funciona com um paradigma bem diferente. A economia circular utiliza um modelo que visa reaproveitar todos os recursos durante o ciclo de vida do produto.
O modelo circular dá enfase aos seguintes processos:
fabricar – manter / prolongar – reutilizar / redistribuir – reformar / remanufaturar – reciclar
Para ilustrar melhor o funcionamento do modelo circular acompanhe o vídeo a seguir.
Os 3 princípios da Economia Circular
O conceito de Economia Circular se apoia em três princípios:
- Preservar e aprimorar o capital natural, controlando estoques finitos e equilibrando os fluxos de recursos renováveis;
- Otimizar o rendimento de recursos, fazendo circular produtos, componentes e materiais no mais alto nível de utilidade o tempo todo, tanto no ciclo técnico quanto no biológico;
- Estimular a efetividade do sistema, revelando e excluindo as externalidades negativas desde o princípio.
Diagrama Sistêmico da Economia Circular
Aplicações da Economia Circular nas empresas brasileiras
O modelo circular traz inúmeros benefícios para a sociedade como um todo e também para as empresas, gerando redução de custos e novas oportunidades de negócios. Muitas empresas brasileiras já estão aplicando os conceitos da Economia Circular. No vídeo a seguir vemos alguns exemplos de aplicações.
É importante notar que simplesmente reciclar de forma isolada não significa que a empresa está trabalhando com os conceitos de Economia Circular, pois o modelo circular é muito mais amplo e parte do design do produto permeando todo o ciclo de vida do mesmo, sendo assim, a reciclagem é apenas uma pequena parte desse processo.
A mudança de paradigma do consumidor
O modelo linear foi amplamente utilizado durante o século XX com pouca preocupação com o futuro tanto parte do mercado, como da grande maioria dos consumidores.
No Século XXI, a conta do desperdício de recursos naturais e falta de preocupação com o meio ambiente chegou na forma de aquecimento global e doenças causadas por poluentes.
Os consumidores atuais são muito mais exigentes e preocupados com a sustentabilidade, principalmente os mais jovens. Ao longo do tempo, a legislação ambiental também avançou, exigindo uma resposta por parte da indústria aos problemas causados pelo modelo linear.
Atualmente os programas de Compliance contemplam a chamada Compliance Ambiental de forma a implantar um programa de total responsabilidade pela prevenção e reparação de danos ambientais por parte da empresa.
Os jovens da atualidade se importam casa vez mais com hábitos de consumo sustentáveis. Esse novo olhar dos jovens provocou e ainda está provocando um impacto muito grande sobre a indústria de bens de consumo. Em uma pesquisa recente, 62 % dos consumidores responderam que estão dispostos a pagar mais por um produto sustentável.
Conclusão
O consumidor atual está cada vez mais interessado em saber de onde vem o produto que ele está comprando e qual é o impacto ambiental que este produto causa. A legislação ambiental tem se aprimorado e cada vez mais pressiona as empresas para serem sustentáveis. Existe também um entendimento interno por parte das organizações, os empresários percebem que está cada vez mais difícil sobreviver no negócio sem adotar medidas sustentáveis. Em todas estas situações o modelo circular pode contribuir de forma a dar resposta a interesses e necessidades tanto do consumidor, quanto do empresário.
A sustentabilidade já é muito importante para a decisão de compra do consumidor. A Economia Circular vem ganhando muita força e já começa a aparecer na rotina de empresas dos mais diversos setores modificando a forma de produzir equipamentos manufaturados, reduzindo custos, criando novas oportunidades de negócios, novos empregos e impulsionando a economia.
Esperamos que com este artigo você tenha compreendido o que é Economia Circular e a importância da mesma para sua empresa. Em uma próxima oportunidade abordaremos os modelos de negócio da Economia Circular.
Até a próxima!
Eduardo Casavella – Especialista em Gestão Estratégica de Negócios e Transformação Digital
Referências
Ohde, Carlos ; Mattar, Helio; Redondo, João; Carvalho, Tereza Cristina M. B.; Costa, Marcia; Vieira, Mariana; Matsubayashi, Roberto. Economia Circular: Um modelo que dá impulso à economia, gera empregos e protege o meio ambiente (Locais do Kindle 399-401). Edson Perin / NetpressBooks. Edição do Kindle. E-book.
Towards the Circular Economy, 2013, Ellen MacArthur Foundation.
https://politica.estadao.com.br/blogs/gestao-politica-e-sociedade/economia-circular-estamos-prontos/
BARBOSA, Michelle Sanches B. Jeckel. Compliance ambiental. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 17, n. 3404, 26 out. 2012. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/22868. Acesso em: 17 jan. 2020.
