Design Thinking

Em um ambiente de competição globalizada as empresas tem cada vez mais necessidade de inovar para fazer frente à concorrência e aos anseios dos clientes.

O Design Thinking surge como uma excelente abordagem para adequar as organizações ao cenário de competição intensa e constantes mudanças no mercado.

O que é Design Thinking

Design Thinking é uma metodologia que utiliza o trabalho colaborativo e a criatividade para gerar inovação baseada em diversas disciplinas como design, artes, engenharia e ciências sociais para desenvolver ou criar produtos, serviços e experiências reais.

No mundo inteiro, diversos estudos mostram que a metodologia do Design Thinking tem se tornado vitoriosa na criação inovadora de produtos, serviços e modelos de negócio nas mais diversas áreas.

Pensar como um designer quer dizer pensar de forma holística, com uma visão ampla capaz de criar soluções inovadoras com foco no cliente para diversos tipos de problemas/projetos independente da área.

A utilização dessa metodologia dentro da empresa ajuda o empreendedor a oferecer mais valor agregado para os seus clientes atendendo as expectativas do seu público.

Segundo Tim Brown, Presidente Executivo da IDEO:

O Design Thinking é uma abordagem centrada no ser humano para a inovação que se baseia no kit de ferramentas do designer para integrar as necessidades das pessoas, as possibilidades da tecnologia e os requisitos para o sucesso do negócio.

Como funciona o Design Thinking

O Design Thinking foi desenvolvido pela D School, um Instituto da Universidade de Stanford,  na California. Embora o termo esteja bastante em voga atualmente, o termo já é antigo e utilizado no jargão dos designers para consolidação de ideias e pode ser aplicado em um amplo espectro de negócios. A ideia central é utilizar o pensamento criativo para estimular e promover a inovação nos negócios.

Essa metodologia tem sido utilizada na solução de problemas complexos nas mais diversas áreas, como medicina, segurança pública, meteorologia, ou seja é eficiente dentro e fora do contexto empresarial.

4 premissas do design thinking

  • Centrado no ser humano: utiliza a empatia para entender a necessidade e motivações das pessoas;
  • Colaborativo: muitas mentes, múltiplas perspectivas, usa a criatividade de todos para aprimorar a solução;
  • Experimental: liberdade para experimentar, errar e recomeçar de novo, trata-se de aprender fazendo;
  • Otimista: trata-se de confiar que é possível fazer coisas melhores.

Entendendo as fases do Design Thinking

Durante o processo de Design Thinking podemos dividir a condução em 5 fases como veremos a seguir.

As fases não precisam necessariamente ocorrer de forma linear, é possível estar em uma fase e depois voltar para fases anteriores conforme a necessidade.

DT Etapas do Processo 1 300x300 - Design Thinking e Inovação nas Empresas

  1. Descoberta: coleta de dados e inspiração para o novo modelo, trata de pesquisar e entender as necessidades e frustrações do cliente.
  2. Interpretação: articular oportunidades claras baseado nas informações coletadas. Por exemplo: 0 que faz a experiência do cliente ter sido insatisfatória? Nestas duas primeiras fases a empatia é fundamental para entender o ponto de vista do cliente, bem como identificar o perfil dos usuários e quais áreas de interesse podem ser exploradas.
  3. Ideação: as etapas anteriores levantam informações que vão ser usadas para gerar novas ideias de como resolver o problema de forma criativa e  inovadora. Nesta etapa as oportunidades que foram visualizadas na etapa anterior são filtradas e geram ideias a serem aproveitadas no projeto. As ideias são trabalhadas em co-criação com os utilizadores. As melhores ideias serão utilizadas para gerar um protótipo na fase seguinte.
  4. Experimentação: uma vez identificada uma ideia a experimentação é a fase de traduzir como fazer essa ideia funcionar na prática, materializar, testar, construir um protótipo. Também é muito importante nesta fase obter o feedback do cliente sobre sua ideia ou protótipo. É nessa hora que vamos perceber se realmente a proposta é viável do ponto de vista financeiro e tecnológico e também factível de ser levado para o mercado.
  5. Evolução: trata de refletir sobre os resultados obtidos e buscar melhorias. Descobrir o que funciona e o que não funciona e reajustar, iniciando o ciclo novamente em busca do aperfeiçoamento. Como podemos ver, o trabalho continua sempre buscando a evolução.

Conclusão

O Design Thinking utiliza o pensamento coletivo e a multidisciplinaridade para expandir o conhecimento e buscar a resolução de problemas de forma inovadora de tal forma a impactar positivamente as pessoas que irão beneficiar-se diretamente com produtos/serviços mais adequados as necessidades.

É possível usar a metodologia do Design Thinking em qualquer contexto, pois é adaptável para qualquer organização independente do tamanho ou do setor.

A empatia é fundamental nesse processo pois colocar-se no lugar do outro ajuda muito no entendimento das necessidades reais. Outro ponto importante é que a equipe deve estar familiarizada com o problema a ser explorado.

No Design Thinking as pessoas utilizam a experimentação e tem liberdade para errar e aprender com os erros, pois estes são inevitáveis. Sem liberdade para cometer erros não existe inovação pois as pessoas ficarão inibidas e com medo da crítica, sendo assim não vão arriscar e nem pensar “fora da caixa”, atrapalhando a criação de possibilidades. Não queremos incentivar o erro, mas sim expandir as possibilidades

As técnicas de Design Thinking utilizam uma abordagem construtivista que pode ser muito bem aproveitada no contexto dos negócios, gerando inovação e consequentemente produtos rentáveis, além de métodos de produção adaptáveis a diferentes realidades impostas pelo mercado.

Em um mundo cada vez mais veloz e volátil, a capacidade de inovar é fundamental para manter-se nos negócios.

Eduardo Casavella – Especialista em Gestão Estratégica de Negócios e Transformação Digital

Referências

Santos, Pedro Vieira Souza. De Lima, Nyegge Vittória Martins. Oliveira, Thamires Camila Tavares. Pinheiro, Francisco Alves, A Metodologia Design Thinking como estratégia gerencial para empreendimentos, Revista Latino-Americana de Inovação e Engenharia de Produção.

MANCEBO, Deise. Globalização, cultura e subjetividade: discussão a partir dos meios de
comunicação de massa. Psicologia: Teoria e Pesquisa. Brasília, vol. 18, n. 3, 2002.

MANZINI, Ezio. Design para a inovação social e sustentabilidade: Comunidades criativas,
organizações colaborativas e novas redes projetuais. Rio de Janeiro: E-PAPERS, 2008.