Planejamento Estratégico

O planejamento estratégico tem como objetivo disciplinar esforços e recursos da empresa de forma construir uma vantagem competitiva ao longo do tempo.

Toda empresa, seja ela de pequeno porte, ou uma grande multinacional, necessita de planejamento estratégico. Não importa se é uma empresa que está nascendo agora ou se já está em atividade.

“Se você falha ao planejar, está planejando falhar.”

Benjamin Franklin

Como fazer um planejamento estratégico

O planejamento estratégico define quais são as estratégias que empresa vai colocar em prática e quais objetivos e metas devem ser atingidos. Tudo isso deve ser colocado em um documento formal, por escrito.

A intenção deste artigo não é esgotar o assunto, mas servir como um guia para o empresário que quer implementar um planejamento estratégico para sua empresa.

Etapas do Planejamento Estratégico

O planejamento serve para saber o que fazer hoje, a fim de alcançar um objetivo no futuro. É usado para organizar de forma sistemática as atividades que vão levar a empresa a executar as decisões estratégicas a fim de atingir os objetivos da organização.

1 – Propósito e identidade

Se a empresa está sendo criada neste momento, ou se já está em atividade, ela necessita saber qual é seu propósito, precisa ter uma identidade.

É necessário saber:

  • Porque esta empresa existe?
  • Qual é a missão, o propósito da empresa?

2 – Onde a empresa quer chegar

É fundamental conhecer seu público e estabelecer objetivos a atingir.

  • Quais objetivos quer atingir?
  • Quem é seu público?
  • O que seu cliente realmente necessita?

3 – Análise da Realidade Atual

Para elaborar um bom planejamento devemos conhecer a nossa empresa e a concorrência.

Podemos chamar esta fase de Análise da Realidade Atual.

Antes de mais nada devemos analisar os fatores internos e também os fatores externos a nossa empresa. Para fazer essa análise de forma organizada podemos utilizar algumas ferramentas já consagradas.

“Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas.”

Sun Tzu – A Arte da Guerra

Ferramentas importantes

A utilização das ferramentas a seguir facilita nosso caminho rumo ao conhecimento da situação da empresa e do mercado que desejamos atingir.

Análise SWOT

Uma ferramenta bastante interessante nessa fase de análise da realidade atual é Análise SWOT.

A técnica foi desenvolvida por Albert Humphrey da Universidade de Stanford entre os anos 1960 e 1970.

SWOT  é um acrônimo que significa: Forças (Strengths), Fraquezas (Weaknesses), Oportunidades (Opportunities) e Ameaças (Threats).

O papel desta análise é entender o posicionamento da empresa no ambiente competitivo, analisando tanto fatores internos da empresa, como também fatores externos.

O método é bem simples e pode ser realizado para qualquer tipo e porte de empresa.

Basicamente, devem ser levantados e analisados tanto os pontos positivos da empresa, representados por
Forças e Oportunidades, quanto os negativos, representados pelas Fraquezas e Ameaças.

Análise SWOT
Por Arnaldo Rabelo em Wikipédia em português – Domínio público, Hiperligação

Quais são as suas forças?

  • Vantagens;
  • Capacidades;
  • Recursos.

Oportunidades referem-se a:

  • Chances;
  • Desenvolvimento;
  • Recursos.

Fraquezas referem-se a:

  • Desvantagens.
  • Vulnerabilidades.
  • Limitações.

Ameaças referem-se a:

  • Obstáculos.
  • Efeitos externos.
  • Riscos.

Usando SWOT você pode fazer diversas análises cruzando por exemplo:

  • Forças X Oportunidades;
  • Forças X Ameaças;
  • Fraquezas X Oportunidades;
  • Fraquezas X Ameaças.

Os dados levantados pelo SWOT são um bom ponto de partida para as discussões sobre o momento da empresa.

Análise dos indicadores financeiros

As novas empresas ainda não possuem dados sobre indicadores financeiros, justamente por serem novas.

Quando se tratar de uma empresa já existente, devemos analisar seus principais indicadores financeiros a fim de ter uma visão abrangente e detectar pontos positivos e negativos.

Em síntese, para compreender os documentos a seguir, e analisar corretamente os indicadores é de fundamental importância a participação do contador de sua empresa, ou do escritório de contabilidade que assessora sua organização.

A participação de profissionais especializados em contabilidade e finanças aumenta a precisão, facilita a análise e  interpretação dos dados financeiros.

Em primeiro lugar é necessário analisar:

  • Balancetes;
  • Balanço;
  • Fluxo de caixa;
  • Orçamento.

Em um segundo momento, devemos nos atentar para alguns indicadores financeiros importantes:

  • Grau de Liquidez;
  • Indicadores de atividades;
  • Indicadores econômicos como margem de lucro e ROI (retorno do investimento).

Essa análise financeira é importante para que seja possível saber como está a saúde financeira da empresa e quais produtos são rentáveis ou não são.

Planejamento tributário

Também é importante analisar os aspectos tributários e realizar um planejamento tributário.

A questão dos tributos e do regime de tributação da empresa é de extrema relevância estratégica, pois pode ser fator fundamental para a empresa ter lucro ou prejuízo.

Novamente é necessária assessoria especializada do contador da sua empresa para definir o caminho a ser seguido.

Para saber mais sobre Planejamento Tributário clique aqui.

ESTRATÉGIAS DE PORTER

No livro Competitive Strategy, Michael Porter descreve três principais tipos de estratégias a saber:

  1. Diferenciação;
  2. Liderança em custo;
  3. Foco.

Para que seja possível aplicar com eficiência qualquer uma dessas estratégias é fundamental ter um bom entendimento das 5 forças que regem a competição entre as empresas.

Modelo das 5 forças de Michael Porter

Este modelo foi idealizado por Michael Porter no artigo: “As cinco forças competitivas que moldam a estratégia”, em 1979, na Harvard Business Review.

Em seu artigo Porter analisa cinco fatores, os quais denomina “forças  competitivas”, que devem ser estudados para desenvolver uma estratégia empresarial com eficiência.

A seguir temos uma ilustração do modelo das 5 forças competitivas de  Michael Porter.

Cinco Forças de Porter 300x260 - Planejamento Estratégico na Prática

Por pt:User:Arnaldo Rabelo at pt.wikipedia – Transferido de pt.wikipedia para a wiki Commons., CC BY-SA 2.0, Hiperligação

Em resumo, podemos dizer que é de suma importância analisar os seguintes fatores:

  • Rivalidade dos Concorrentes;
  • Poder de Negociação dos Clientes;
  • Poder de Negociação dos Fornecedores;
  • Ameaça de Entrada de Novos Concorrentes;
  • Ameaça de Produtos Substitutos.

Estratégia de diversificação

  • Produtos ou serviços atuais para clientes novos;
  • Novos produtos ou serviços para os mesmos clientes;
  • Novos produtos ou serviços para clientes novos.

4 – Objetivos e Metas do Planejamento Estratégico

Para transformar a estratégia em realidade necessitamos de objetivos e metas bem claros e bem definidos.

George T. Doran publicou em novembro de 1981,  na Management Review, o primeiro artigo onde aparece o termo S.M.A.R.T. Os critérios SMART estão intimamente associados com a “Administração por Objetivos” do grande Peter Drucker.

As metas devem ser do tipo SMART (Specific, Mensurable, Attainable, Relevant, Time-Bound)

Na prática, significa que os objetivos devem ser:

  • Específicos;
  • Mensuráveis;
  • Atingíveis;
  • Relacionados com a estratégia.
  • Temporais.

A fim de tornar os objetivos mensuráveis é necessário estabelecer indicadores. Leia mais sobre a importância dos indicadores clicando aqui.

5 – Plano de ação

Uma vez tendo definidos os objetivos e as estratégias, veremos como traçar um plano de ação com a finalidade de transformar tudo isso em realidade.

O método 5W2H é uma ferramenta que teve origem no Japão dentro do contexto de gerenciamento da qualidade. Está é uma excelente forma para detalhar o plano de ação.

Basicamente, devemos responder as questões a saber:

  • O que fazer?
  • Porque fazer?
  • Quando fazer?
  • Como fazer?
  • Quem vai fazer?
  • Onde fazer?
  • Quanto vai custar?

Deverá haver um plano de ação para cada área da empresa, a fim de garantir que todos estejam cientes de seus papéis e empenhados em executar o plano relativo à sua área com excelência.

 

“A estratégia sem tática é o caminho mais lento para a vitória. Tática sem estratégia é o ruído antes da derrota.”

Sun Tzu

 

6 – Execução do planejamento

Colocar o plano em ação é a parte mais importante. Nenhum objetivo será atingido se a etapa de execução do plano não for bem feita.

Para organizar a implantação deve ser elaborado um cronograma de implantação com as datas de início e fim de cada fase da execução do planejamento.

Além da execução correta do plano, é preciso se atentar com os prazos. As metas e objetivos devem ser cumpridos no prazo estipulado preferencialmente.

Sabemos que em alguns casos pode ocorrer um atraso devido a um ou outro imprevisto, porém é essencial manter o foco para sempre tentar cumprir o prazo.

É importante monitorar as ações a fim de verificar se os resultados estão sendo alcançados ou se será necessária alguma ação corretiva.

Restrições orçamentárias também podem atrapalhar a implantação resultando na necessidade de revisões e ações alternativas para voltar ao rumo desejado.

7 – Revisão do Planejamento Estratégico

É importante avaliar o planejamento utilizando os indicadores.  Atualizações periódicas e revisões são essenciais, pois as condições podem ter mudado e o planejamento pode não ser eficiente neste novo cenário.

O planejamento não deve ser estático pois o mundo se modifica em alta velocidade, e o que era válido em um momento pode não ser mais logo em seguida. Sendo assim, existe a necessidade de ser avaliar e revisar o planejamento constantemente.

Conclusão

O planejamento estratégico é fundamental para qualquer empresa independente do porte da mesma, pois permite fazer um diagnóstico de oportunidades, antecipar tendências de mercado, estabelecer indicadores relevantes, monitorar as ações, e executar o plano de forma a transformar os objetivos estratégicos e metas em realidade.

Eduardo Casavella – Especialista em Gestão Estratégica de Negócios e Transformação Digital

Planejamento Tributário

Referências

Elisabeth, Sandra. Planejamento Estratégico Lean . GlobalSouth Press Inc.Edição do Kindle.

Doran, G. T. (1981). “There’s a S.M.A.R.T. way to write management’s goals and objectives”. Management Review70 (11): 35–36.