Energia azul

A preservação do meio ambiente e a busca por recursos renováveis tornam-se pauta permanente na nova economia. A motivação para essa realidade vem do frequente aumento do consumo de energia nas residências, nas indústrias e, principalmente, no agronegócio que cresce a passos largos. Por isso, especialistas procuram constantemente novas formas de gerar energia elétrica, a menor custo e sem trazer maiores danos à natureza.

Contudo, é sabido que as usinas hidrelétricas não poluem o ar, mas causam enormes impactos ambientais, em virtude da quantidade de água represada a fim de mover as turbinas na produção da energia elétrica, e o deslocamento de populações ribeirinhas. Por isso, é comum vermos manifestação contrária à construção de usina hidrelétrica, como recentemente a usina de Belo Monte (Pará), que sofreu protestos de ativistas, povos indígenas, artistas e cidadãos.

A utilização de energias renováveis é uma realidade

Diante das consequências da produção de energia elétrica, cujos recursos são limitados, e como o mundo não pode parar, novas formas de energia surgem a cada dia, sempre tencionando equacionar o biônimo: energia e preservação do meio ambiente. São exemplos de fontes renováveis atualmente: hídrica (energia da água dos rios), solar (energia do sol), eólica (energia do vento), biomassa (energia de matéria orgânica), geotérmica (energia do interior da Terra), hidrogênio (energia química da molécula de hidrogênio) e oceânica (energia das marés e das ondas).

Energia azul que vem do mar já é realidade

A quantidade de energia gerada pelas marés e pelas ondas – a chamada energia azul – ainda é muito pequena em relação à demanda, mas já significa um grande avanço considerando os experimentos que vinham sendo feitos na última década e que hoje são realidade.

Por exemplo, a Coalizão para Ações em Energia Renováveis nos Oceanos – OREAC, liderada pela Ørsted e pela Equinor anunciou no último dia 08 de junho, a meta de atingir 1.400 GW de capacidade instalada em eólicas offshore no mundo até 2050. Esta potência abasteceria um décimo da demanda global de eletricidade, com uma economia da ordem de mais de 3 bilhões de toneladas de CO2 por ano. O resultado seria como retirar 800 milhões de carros das ruas.

Por outro lado, os dados do relatório da Oreac indicam que energias renováveis marinhas, como eólica offshore, energia solar flutuante e energia das marés e ondas, podem contribuir com até 10% das reduções anuais de emissões de gases de efeito estufa (GEE).

Já a pesquisa elaborada pelo Banco Mundial aponta que o Brasil possui potencial para 480 GW eólicos offshore a partir de turbinas fixas e outros 748 GW eólicos offshore, a partir de turbinas flutuantes.

Também o estudo realizado pelo Ocean Panel, estima que até 85% desse potencial de descarbonização será proveniente de energia eólica offshore – Ocean Panel é uma iniciativa que reúne 14 lideranças globais, com o objetivo de acelerar soluções sustentáveis para a economia oceânica.

Assim, o que se apura de todos esses estudos é que a produção de energia azul está avançando e a tendência é que se torne acessível para o consumo à medida que as tecnologias se aprimorem, chegando a alcançar o patamar das energias eólica e solar, que se desenvolveram significativamente na última década.

Equipe De León Comunicações

Texto Bruna Raicosk

Edição: Lenilde de León